Levantamento mostra que óbitos por COVID-19 aumentaram entre pessoas mais jovens e sem comorbidades em Três Lagoas
15 de abril de 2021Três Lagoas apresentou recentemente dados que comprovam que o Município apresentou mais óbitos do que nascimentos (bebês vivos) no mês de março devido à pandemia de Covid-19. Em um novo levantamento feito pelo Departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ficou comprovado que pessoas mais jovens e sem comorbidades estão mais propensas a serem internadas e virem à óbito devido à Covid-19.
Os dados levantados pelo Departamento revelam que houve uma redução considerável nas idades dos óbitos – e consequentemente internações – causados pela Covid-19. Até fevereiro de 2021, Três Lagoas registrou cerca de 80 óbitos, e 32,5% desses eram de pessoas com mais de 80 anos de idade. Porém, nos 77 óbitos seguintes ocorridos no mês de março, principalmente, essa faixa etária representou apenas 12% do total das mortes.
A principal mudança da faixa etária foi de 80 para entre 40 e 49 anos. É possível notar que até fevereiro de 2021 não havia nenhum óbito dentro dessa faixa etária, porém, em março, foram registrados 12, representando 15,6% das mortes ocorridas no mês.
“A vacinação das pessoas mais idosas é provavelmente o que contribuiu para reduzir os óbitos das pessoas na faixa acima dos 80 anos de idade”, explica o médico da Família e Comunidade e da equipe de Vigilância Epidemiológica da SMS, Vinícius de Jesus Rodrigues.
Há uma tendência nacional de maior circulação de novas variantes do coronavírus e, uma das características é o vírus se disseminar com mais facilidade e rapidez e, consequentemente, atingir pessoas com menos idade.
Rodrigues ressalta que, “não há registro oficial da nova cepa em Três Lagoas, porém os dados mostram que precisamos ter cuidado e a população respeitar as medidas de isolamento e distanciamento social, bem como as regras de prevenção com o uso de máscara e higienização das mãos”.
AUMENTO DE ÓBITO ENTRE PESSOAS SEM COMORBIDADES
Pessoas sem quaisquer comorbidades, conforme o levantamento, têm estado mais presentes entre os óbitos para COVID-19. Nos primeiros 80 óbitos registrados até fevereiro de 2021, pessoas sem doenças preexistentes somavam 6,25% do total, já nos 80 seguintes, esse total subiu para 25%.
Na contramão, os dados mostram que houve redução no número de óbitos de pessoas com doença pulmonares, passando de 26,25% para 7,8% do total de óbitos registrados no período. “Talvez, isso possa ser pelo provável fator de que, como a média de idade dos pacientes internados e que vieram a óbito abaixou, aqueles que desenvolvem doenças pulmonares a longo prazo aparecem menos”, comentou Rodrigues.
Rodrigues enfatizou ainda que “os dados comprovam o que a ciência sempre alertou, que as mutações do Novo Coronavírus, causadas principalmente pela alta circulação entre as pessoas, poderiam causar mortes mesmo em pessoas que não eram enquadradas nos grupos de risco e é que estamos vendo nesse momento em todo o País e em Três Lagoas”.
Crédito: Assessoria/ Foto: Divulgação