
Presos na Operação Malebolge são liberados pelo TJMS; inclusive Secretária de Finanças e servidoras públicas de Água Clara
25 de fevereiro de 2025Os investigados e presos durante a Operação ‘Malebolge’, realizada na semana passada em municípios do interior, incluindo a capital do Estado de Mato Grosso do Sul (MS), foram liberados nesta segunda-feira (24), pelo desembargador Fernando Paes de Campos.
Entre os 11 presos na ação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) e que agora estão em liberdade estão: a Secretária de Finanças do município de Água Clara (MS), Denise Rodrigues Medis, e as servidoras municipais, que atuavam na pasta da Educação da cidade, Ana Carla Benette e Jânia Alfaro.
Os investigados foram afastados do serviço público e serão monitorados por tornozeleiras.
Além disso, também ganharam a liberdade, Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Arino Jorge (PSDB).
Fabrício da Silva, empresário de Rochedo, conseguiu uma ressalva para contato com a esposa, Luciana Mendes Carneiro, que também foi detida e ficará em liberdade.
Também estão livres: Dogulas Breschigliari, empresário; Izolito Amador, empresário; Renato Franco, servidor público; e Mauro Mayer, empresário.
OPERAÇÃO MALEBOLGE
Durante a ação, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em uma investigação que apura fraudes em licitações.
Além de Água Clara, as ações ocorreram também nas cidades de Campo Grande, Rochedo e Terenos.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apontou que o esquema criminoso, envolvendo um empresário e servidores públicos, fraudou contratos que ultrapassam os R$ 10 milhões nos municípios de Água Clara e Rochedo.
Conforme as investigações, o esquema contava com pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações, principalmente na área da educação.
Mediante recebimento de propina, servidores atestavam ter recebido produtos e serviços que nunca foram realizados, além de acelerar trâmites para emissão de notas frias para acelerar pagamentos a empresários.
A expressão “Malebolge”, termo que dá nome à operação, é uma referência à Divina Comédia, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso. “Malebolge” é a região do inferno onde os fraudadores e corruptos são punidos de acordo com a gravidade de seus pecados.
Crédito: Pollyanna Eloy/ Foto: Fala Povo, Jornal Midiamax